Vivemos em tempos que é especialmente importante evitarmos a disseminação da pandemia usando medidas de proteção, como distanciamento, e prestando muito maior atenção a essas medidas relacionadas à higiene, como uso de máscaras faciais protetoras e o uso frequente de desinfetantes em todos os tipos de superfícies e, evidentemente, na pele. O impacto da Covid-19 sobre a saúde da população, em especial seus efeitos na pele, cabelo e unhas, foi tema de uma apresentação virtual nos canais oficiais da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
Pelo fato de sairmos de casa com menor frequência, essa nova situação também vem acompanhada de certo desleixo nos hábitos de cuidados com a pele. A dupla carga gerada pelo trabalho doméstico e de estudo em casa, somada à falta de perspectiva de superar a pandemia, leva muita gente a sentir insegurança e, até mesmo, a sentir certos medos existenciais.
Pegando carona no dito popular, essa nova situação “deixa os nervos à flor da pele”. Por tudo isso, a Covid-19 também está trazendo não apenas para nós mas também para nossa pele consequências de longo prazo.
Como ficamos mais tempo diante das telas de computadores e de smartphones, tanto na vida profissional quanto na vida particular, isso expõe nossa pele a doses cada vez maiores de luz azul. A proteção contra essa luz, hoje mais do que nunca, deve ser um atributo importante de produtos cosméticos. Sabe-se que a exposição à luz azul acelera o fotoenvelhecimento, a degradação do colágeno e causa hiperpigmentação.
Usar sabonete com mais frequência, especialmente nas mãos, causa a desidratação da pele, eczema e, até mesmo, intolerância a esse produto. A barreira da pele vai se desgastando e as infecções encontram um campo propício para se desenvolverem, passando a agredir a superfície da pele com mais facilidade. O contato frequente da pele com desinfetantes, além de trazer riscos gerais a saúde rompe o equilíbrio da microbiota cutânea, o que acelera ainda mais o enfraquecimento da função de barreira da pele.
Através do uso constante de máscara um problema tópico vem sendo muito observado, é a chamada “mascne”, um problema complexo da pele causado pelo uso prolongado de máscaras faciais boca-nariz. Mascne é um termo abrangente, usando para se referir a diferentes afecções de pele, como acne, foliculite, rosácea e dermatite perioral, a qual é uma infecção inflamatória ao redor dos lábios que se manifesta por pontos vermelhos e pele áspera (escamosa). Evidentemente a mascne ocorre mais intensamente em pessoas com propensão a ter problemas de pele. O uso de máscaras gera pontos de fricção cosntante, nos quais a pele fica irritada.
O aumento da temperatura e da umidade embaixo da máscara causa a formação de um ambiente semelhante à sauna e afeta a barreira da pele, possibilitando dessa forma ao surgimento de problemas como pele áspera (inclusive lábios rachados), vermelhidão ou manchas. Mesmo os produtos de cuidados com a pele podem atuar de maneira diferente quando são aplicados no rosto e parte deste fica sob a máscara, em relação ao seu usao coma pele exposta, pois possivelmente podem causar problemas de hipersensibilidade, em especial problemas conectados a danos da barreira da pele. O fato de que a máscara retém as bactérias da boca na pele circundante agrava essa situação. Contudo, em um estudo não publicado, realizado com apenas dez sujeitos usando máscara, pesquisadores da Amway não conseguiram demonstrar nenhuma alteração no microbioma da região periorbital. Se a sua pele está sofrendo com os males da pandemia não deixe de buscar ajuda, consulte um dermatologista ou converse com seu Esteticista, sua pele merece sua atenção.