Segundo a teoria genética do envelhecimento do pesquisador Leonard Hayflick, o envelhecimento é um processo programado que começa no nível celular. Esse desgaste natural se deve, em grande parte, à capacidade finita de reprodução das células humanas, que conduz ao processo de senescência celular.
Existem vários mecanismos que levam ao envelhecimento entre eles o estresse oxidativo, a glicação e enzimático, o assunto dessa matéria.
Metaloproteinases de matriz (MMPs) compreendem uma família de proteinases que têm sido relacionadas à remodelação da MEC (matriz extracelular) e cicatrização de feridas, são um grupo de enzimas catabólicas. No tecido exercem o papel de catabolismo das regiões da matriz extracelular que precisa ser reparada, mas quando atuam de forma desorganizada, contribuem significativamente para o envelhecimento cutâneo.
Esta família inclui várias colagenases, gelatinases, e estromelisinases.. As metaloproteinases mais conhecidas por atuarem no processo de envelhecimento cutâneo são:
MMP-1 ou colagenase;
MMP – 2 – gelatina se A – 92 KDa MMP – 9 – gelatina se B – 72 KDa;
MMP – 3 – Estromelisina – 1
MMP – Metaloproteinase da matriz
As colagenases (MMP-1) são as únicas enzimas dos mamíferos capazes de degradar as fibrilas de colágeno I e III intactas, uma vez que a tripla hélice de colágeno está desfeita e suas fibras separadas, a estromelisina (MMP – 3) e as gelatinases podem degradar as fibras individuais restantes.
A gelatinase A (MMP-2) degrada principalmente os componentes da junção derme-epiderme e as fibras de colágeno III, enquanto que a gelatinase B (MMP-9) apresenta intensa atividade elastolítica e de degradação das microfibrilas e fibras elásticas.
No tecido pré-senescente, a indução de metaloproteinases (enzimas que degradam proteínas da matriz extracelular) é baixa, ao passo que a expressão dos inibidores dessas enzimas é alta. À medida que envelhecemos, há um aumento na expressão das metaproteinases.
De forma oposta, os inibidores tissulares específicos dessas enzimas (tissue inhibitors of metalloproteinases – TIMP-1 e TIMP-3) diminuem, fazendo com que a capacidade degradativa desse sistema seja aumentada de maneira desorganizada.
A degradação das redes de elastina é aumentada na resposta inflamatória pela indução de elastase nos neutrófilos, assim como pela exposição excessiva ao calor. A exposição ao calor provoca aumento na produção de tropoelastina (precursor da elastina solúvel em sal), tanto na derme como na epiderme e da fibrilina-1 na epiderme.
Na derme, o calor provoca diminuição da fibrilina-1 e aumento da produção de MMP-12, que provoca a degradação das fibras de oxitalana (fibras compostas de elastina e duas glicoproteínas).
As MMPs provocam a quebra do colágeno e outras proteínas da matriz extracelular. O reparo imperfeito do dano dérmico prejudica a integridade funcional e estrutural da matriz extracelular. A exposição repetida ao sol ou à radiação infravermelha causam danos dérmicos cumulativos que resultam nas rugas características da pele fotoenvelhecida.
A isoforma do fator de crescimento transformador beta bTGF, o b1TGF, aumenta a expressão de gene de colágeno, deposição de proteínas e diminui a degradação da matriz através da inibição aumentada de MMPs via aumento da expressão de TIMPs.
Ativos como o MDI Complex pode ser usado para inibir a atividade excessiva da MMP, levando a um melhor equilíbrio enzimático necessário para aparência saudável da pele.Este equilíbrio promove uma grande elasticidade à pele e aumenta a resistência a irritantes externos.
Outro ativo é o DensiSkin® D+ que reativa o metabolismo celular e estimula a síntese de biomoléculas e elementos âncora da junção dermo epidérmica, responsáveis pelo aumento da densidade epidérmica, são exmeplos de ativos usado para inibir essa ação enzimática que produz o envelhecimento.
Vitamina C, dois estudos em voluntários com a vitamina C tópica a 5%, comparada com placebo, por seis meses, demonstraram melhora clínica, histológica e ultraestrutural significativas e, na derme, aumento da expressão do RNAm para colágenos I e III, das enzimas relacionadas à síntese de colágeno e dos inibidores teciduais da metaloproteinase.
Referências:
1- HARRIS, Maria I.N.C. Pele do nascimento à maturidade. São Paulo: Editora Senac São Paulo 2016
2- Ladeira PRS, Isaac C, Paggiaroc AO, Boyaciyan MI, Ferreira MC. Cicatrização cutânea no feto / Fetal wound healing. Rev Med (São Paulo). 2011 abr.-jun.;90(2):60-7.
3- Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos/ Gomes Rosaline Kelly, Marlene Gabriel Damasio. – 4 ed. – São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora, 2013.
Interessantíssimo . Mas se essas enzimas atacam o colágeno , pq não criar um medicamento com os inibidores para que se corte o mal pela raiz !? Assim o colágeno poderia estar disponível mais tempo , e as pessoas manteriam a jovialidade tbm . Sabe dizer se existem pesquisas à respeito de tal medicamento , ou se ele ja existe ?
Olá Elênice,
Muito bom o seu comentário, sua colocação é muito relevante. Existe alguns ativos que atuam na inibição das metaloproteinases (MMP) que degradam colágeno, um bom exemplo é o DensiSkin® D+ redensificador com Estímulo à Produção de Vitamina D. A pele, como todos os órgãos do corpo, passa por alterações com o avanço da idade. Outro também interessante é o MDI Complex é um ingrediente cosmético baseado em glicosaminoglicanas, que atua inibindo a ação das MMPs (metaloproteinases de matriz), principais responsáveis pela degradação da MEC (matriz extracelular) e que podem ocasionar perda do tônus do vaso capilar. Vale a pena usar produtos e formulações que contenham esses dois ativos. Agradeço imensamente por sua participação e fico feliz por ter compartilhado uma informação relevante para você, espero ter contribuído um pouco mais e coloco-me a disposição.
Um forte abraço,